Primeiramente, é preciso que entendamos basicamente como funciona a mente e o cérebro. O cérebro possui uma infinidade de processos multifuncionais e está em constante, incessante, atividade. O que chamamos de consciência é a relação de interpretações que esses processos multifuncionais provocam.
Logo, tendo ou não percepção destes processos, eles ocorrem e são cumulativos, sendo armazenados em regiões especificas de um modo codificado. As funções do cérebro as quais não temos o domínio, ou seja, aquelas que chamamos de atividades involuntárias, influenciam sistematicamente todo o conjunto das demais atividades que chamamos de voluntárias e vice versa.
Sabemos que no estado conhecido como coma, não somente as funções autônomas permanecem em atividade. Indícios nos levam a concluir que várias, se não todas as outras atividades, atuam em instâncias menos evidentes ou em baixíssimas freqüências de ondas.
Estes indícios foram detectados a partir de experiências de coma induzido, e em recentes descobertas sobre atividades cerebrais do olfato relacionado à visão e audição.
Em alguns casos de coma induzido, o paciente após voltar à consciência, relatou registros de memória de fatos que ele mesmo não poderia ter presenciado justamente por estar em coma.
E isso era o que se pensava até então, que o estado de coma neutralizaria a possibilidade de tais percepções. Porém, de certa forma ele viu, ouviu e teve sensação de frio relatando como uma vaga lembrança mais semelhante a um “sonho”.
No caso das experiências sobre a região do cérebro que processa, atua, no paladar percebeu-se que esta região foi sensibilizada quando acidentalmente o som de uma xícara caindo sobre a mesa (caiu da mão do pesquisador acidentalmente). Esses fatos nos levam a concluir que mesmo estando “desligado” parcial ou totalmente da consciência, os processos continuam a atuar.
Uma segunda questão a se avaliar é questão da herança genética. Segundo biólogos, é inquestionável que a evolução ao longo de milhares de anos sofreu influências de uma infinidade de agentes externos a ela. Dentre elas, as influências dos raios cósmicos, estelares, solares, em situações que marcam efetivamente o surgimento ou o desaparecimento de microorganismos.
Pela própria teoria da biologia, a derivação requer que os que sobreviveram carregue em si material genético da mesma base dos que foram eliminados. Logo, mesmo remontando a um passado muito remoto, é aceitável se concluir que nós, humanos, temos em nossa matéria genética toda a história da vida na terra.
Sendo assim, o cérebro poderia de certo modo ter essas informações armazenadas em determinada região ou essas informações poderiam vir a tona pelo cérebro em determinadas circunstâncias. Como se o cérebro e sua complexa rede neural, fosse um amplificador de sinais vindos, por exemplo, dos aminoácidos que compõem as cadeias de DNA.
Embora seja impraticável chegarmos a uma conclusão mais precisa pelo fato de ainda não possuirmos tecnologia capaz de detectar tais elementos informacionais – se existem de fato, pois até então sabemos apenas da conseqüência de sua ação, mas não sabemos a origem nem como se processa – de características semelhantes às das partículas subatômicas, e pelo fato também da neurociência estar desvendando mistérios que até o final do século passado eram insondáveis, mudando paradigmas, mesmo assim, torna-se intrigante a possibilidade de termos acesso á memória de nossa existência por meio de decodificações que possivelmente o cérebro possa processar.
A história nos mostra pessoas que passaram por algum tipo de experiência envolvendo estados semelhantes ao coma e retornaram da experiência com um outro conceito sobre a vida. Porém, pode-se questionar por que isso não acontece com todos que passaram por experiência do coma ou quase morte. A resposta pode estar não exatamente no que vivenciaram, mas sim no porquê disso ter se transformado num processo de aprendizado, de modo a fazer a pessoa mudar seu comportamento, sua forma de pensar e sentir.
Elucubrando de uma forma mais ousada porém, não mística nem religiosa, os fatos recentes e incomuns que vêm ocupando parte dos noticiários em boa parte do mundo, convergem para um fenômeno que merece especial atenção e pesquisas. Pessoas aparentemente normais sem apresentar qualquer tipo de sintoma que possa levar a algum tipo de acidente neurofuncional, e que mesmo assim entram em coma profundo e ao retornarem apresentam uma mudança de caráter, é algo sui generis e particularmente instigante.
Levantaria como premissa básica as relações acima estabelecidas. Fenômenos de instancia cósmica são cíclicos, portanto poderiam estar se repetindo e afetando determinado tipo de agrupamento humano que possuem uma especificidade genética muito incomum e portanto derivação da genética humana; e isso não é raro ( caso da anemia falciforme na etnia negra). Levando em consideração tal possibilidade, seria coerente supor que talvez haja centenas de pessoas passando pelo mesmo processo e possivelmente num período de tempo mais curto do que aconteceu num passado recente, século XVII (surgimento de homens e mulheres de notória importância para a filosofia e arte, após experiência do tipo quase morte), século XX ( período de 1930 a 1980 onde surgem diversos casos de mudança de caráter após experiências do mesmo gênero, o surgimento do movimentos sociais que revolucionaram comportamentos: hippies, punk, betniks etc.).
Os períodos estão relacionados a profecias de civilizações extintas que possuíam um vasto conhecimento de astronomia. Porém, do meu ponto de vista trata-se de registros e não profecias, como querem os místicos e os religiosos – o que atesta a existência inequívoca dos ciclos cósmicos.
O fato de haver um grupo em especial sensível a tais influências é indicado pelas características comuns do fenômeno e das consequências do fenômeno, e isso nos leva a uma conclusão que trata-se de algo não registrado pela ciência, porém que denota uma especificidade fisiológica também inequívoca. Se de fato esse grupo humano possui uma herança genética que antecede os registros que conhecemos, significa que estamos diante de uma nova possibilidade na história da origem do ser humano e que estamos diante de uma nova descoberta: somos talvez uma subespécie de humanos e eles seriam herdeiros dos primeiros humanos, do ponto de vista da biologia.
Essa conclusão poderia ser atestada como etnocêntrica, preconceituosa não fosse o fato, também surpreendente, de que as consequências sofridas por este grupo significam uma mudança radical para um comportamento extremamente humanista, de valores elevados, de considerável importância para o mundo de hoje.
Se de fato são lembranças genéticas, desencadeadas por processos cerebrais desconhecidos e que provocam uma mudança para melhor, então podemos concluir que mais uma vez a natureza apresenta suas armas no sentido de tornar atuante seu sistema de equilíbrio. É aquilo que no passado aconteceu com os dinossauros, e num passado mais remoto ainda com os microorganismos anaeróbicos que deixaram de existir em função do surgimento dos microorganismos aeróbicos – de onde proveio toda a vida na terra, logo, nós humanos.
Então, o que exatamente estaria acontecendo? Que carga genética ausente em nós nos tornaria vítima? Que evento é esse? O que estamos presenciando então?
Edivaldo J.